A ministra Cida Gonçalves lembrou que a luta por igualdade não deve estar restrita às mulheres mas que também os homens deve aderir à ela
Da Assessoria de Imprensa
Das 33 milhões pessoas que passam fome no Brasil, 80% são mulheres e a grande maioria é de mães solos e negras. Esses números são acompanhados do aumento de casos de violência, em especial de feminicídio e misoginia. As estatísticas alarmantes foram apresentadas pela ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, durante o Encontro Nacional de Mulheres e Gênero da Força Sindical realizado no Palácio do Trabalhador, em São Paulo. O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos – Sindnapi foi representado por diretoras e associadas lideradas pela Andrea Angerami Gato, de Relações Internacionais da entidade.
“Portanto, estamos tendo muitos desafios. E toda vez temos uma dificuldade, um empecilho. E não é só o salário. Não se trata apenas a mulher receber 22% a menos que os homens no país. A linha da desigualdade é muito mais longa, e está muito forte.” A ministra afirmou que discutir como enfrentar a igualdade salarial passa pela discussão de políticas para as mulheres.
Ela lembrou que mulheres não conseguem ser chefes não é apenas porque não têm oportunidades, é também porque no fim da tarde têm de pegar os filhos nas creches e outras preocupações domésticas que acabam impossibilitando-as de se dedicarem mais tempo a cargos profissionais. “Mesmo que um chefe reconheça suas qualidades para uma função de chefia, ela não aceita. As mulheres não conseguem ter a ascensão porque a responsabilidade do serviço em casa e do cuidado ainda é da mulher. Precisamos ter equidade, mas não vamos conseguir discutir equidade, se não tivermos igualdade” disse a ministra.
O combate à misoginia — ódio ou aversão às mulheres — é uma das principais frentes de atuação do Ministério. Segundo Cida Gonçalves, a questão da discriminação, do preconceito e do ódio contra as mulheres se sustenta em um país que hoje se rege a partir da intolerância ideológica. “Enfrentar a misoginia é um passo estratégico para que possamos de fato ter um país com feminicídio zero, como quer o presidente Lula”, lembrou.
Durante o evento, a secretaria da Mulher e Gênero da Força, Maria Auxiliadora, ressaltou a importância do evento com participação de mulheres sindicalistas, militantes e trabalhadoras que lotaram o auditório do Palácio do Trabalhador. “Um importante momento para debatermos sobre as políticas públicas voltadas para as pautas das mulheres”.
Auxiliadora adianta que no dia 1º de março será realizada a primeira atividade do “Março Mulher”, com panfletagem em frente à estação do Metro do Brás, em São Paulo. “Nossa intenção é informar e conscientizar a sociedade sobre as pautas de interesse das mulheres”, explica a sindicalista.