Sindicato vislumbra a criação de um índice de inflação do idoso
Da Assessoria de Imprensa
O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos – Sindnapi deu o primeiro passo para mais uma conquista para seus associados. Nesta quinta-feira (23) a entidade assinou sua filiação ao Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – Dieese. A partir de agora serão iniciadas tratativas para a possível instalação de uma subsecão do órgão na sede nacional do Sindnapi para viabilizar os estudos para a criação de um índice de inflação do idoso, nos moldes do IPCA, que mede a variação inflacionária para toda a população.
A subseção é uma unidade do Dieese dentro da entidade sindical, para executar planos de trabalho específicos para essa instituição. De acordo com o órgão, o trabalho é realizado de forma integrada ao das demais equipes do Dieese, com cooperação constante.
De acordo com Milton Cavalo, presidente do Sindnapi, essa é uma luta antiga da entidade. “Praticamente desde a fundação do sindicato batalhamos para que haja o cálculo diferenciado da inflação para os aposentados e idosos pois os itens e os pesos que eles representam para o índice nacional geral são diferentes. Um exemplo são os remédios, que têm influência cada vez maior conforme envelhecemos.”
Um fator importante em se diferenciar a inflação geral da que afeta a pessoa idosa, segundo Milton Cavalo, é a possibilidade de oferecer mais dados para governos criarem políticas públicas para esse segmento. “Embora atenda toda a população, a Farmácia Popular é um exemplo pois oferece remédios com preços menores favorecendo muito o idoso.”
Fausto Augusto Júnior, diretor técnico do Dieese, concorda com o dirigente. Para ele, é preciso que haja um índice que consiga melhor captar a variação de preços para os idosos. “Até porque, como a população está envelhecendo, cada vez mais a inflação para esse grupo vai impactar mais pessoas e famílias.”
O processo de criação do índice, de acordo com Fausto, tem alguns passos. E o primeiro é definir uma cesta básica do aposentado. “A gente precisa entender as diferenças de consumo de um aposentado para a de uma família média”, explica. “Sabemos, por exemplo, que o peso dos medicamentos é maior.”
Desta forma, precisa ser feita uma série de adequações no levantamento que é feito hoje pelo Dieese. “Além disso, pesquisa de preço não é barata. Há diversas variáveis como, por exemplo, a diferença de preços de um mesmo produto nas capitais e no interior”, diz o especialista.
Fausto lembra ainda que o Dieese mede a inflação na cidade de São Paulo. E aponta formas para se obter um índice nacional. “Existem dois movimentos que podem ser feitos. A gente pode começar por aqui e ampliar. É possível, também, fazer alguns recortes usando a própria medição nacional do IBGE.”