Extra - A Associação Nacional de Médicos Peritos (ANMP), que faz as perícias médicas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), está convocando a categoria para uma assembleia virtual no dia 12 de agosto, com indicativo de greve nacional. Os representantes da associação são contra a ampliação dos atendimentos para realização do pente-fino em benefícios por incapacidade a partir deste mês de agosto. Segundo a entidade, a falta de condições sanitárias básicas coloca em risco servidores e segurados do INSS por conta da pandemia de coronavírus.

Atualmente, existem 3,6 mil médicos peritos no Brasil. Desse total, 3,2 mil são filiados à ANMP. No entanto, o conselho deliberativo conta com a participação de 35 delegados, que decidem sobre a paralisação ou não das atividades. Uma fonte contou ao EXTRA que a associação alterou seu estatuto e reduziu o número de delegados de 104 para 35.

Esse não é o primeiro embate entre a associação de peritos e a Subsecretaria de Perícia Médica Federal, ligada ao Ministério da Economia. Em setembro de 2020, quando houve a determinação de retorno ao atendimento presencial nos postos do INSS, de um lado a entidade afirmava faltar condições para o retorno dos atendimentos, do outro a Secretaria de Previdência garantia que havia o cumprimento das regras santitárias contra a Covid-19.

"A ANMP enviou quase 500 (quinhentos) ofícios ao Ministério da Economia desde setembro de 2020, os quais não deram causa a nenhuma iniciativa concreta por parte da Administração, conduta que não será mais tolerada pela categoria", diz a entidade, em nota.

Entretanto, uma fonte contou ao EXTRA que a greve nos médicos peritos não corresponde à vontade da categoria e que o movimento seria uma barganha política para derrubar o atual gestor da Subsecretaria de Perícia Médica Federal e retorno da ex-gestora, exonerada em junho passado por conflito de interesses. A ex-gestora da subsecretaria é casada com o atual presidente da ANMP.

— A atual diretoria da associação reduziu o número de delegados de 104 para 35. Ou seja, não representa a vontade da categoria, se houvesse uma votação com todos os peritos médicos o resultado certamente seria diferente e as decisões tomadas pela entidade que deveria nos representar seriam outras que priorizassem as reais necessidades da categoria e não politicagem — diz a fonte.


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