O forte temporal, com ventos de até 100 quilômetros por hora, que assolou São Paulo na última sexta-feira, dia 3, foi rápido, mas causou muitos prejuízos para os paulistanos. Entre eles, um apagão que durou vários dias.

Mais de 2 milhões de residências e estabelecimentos comerciais ficaram sem energia elétrica. Nesta segunda-feira (6), mais de 500 mil imóveis ainda continuavam sem energia, 12 escolas não abriram as portas e 77 semáforos permaneceram desligados. A Enel - concessionária responsável pelo fornecimento de energia – mostrou não estar preparada para a emergência.

A demora na retomada do reestabelecimento da energia elétrica em São Paulo serviu para mostrar à sociedade que privatizar é um péssimo caminho, já que uma empresa privada coloca o lucro acima do bem-estar da população e da qualidade dos serviços prestados.

O descaso e a falta de resposta da Enel só vêm comprovar que serviços essenciais devem ser responsabilidade do Estado. Mesmo com as altas tarifas, a empresa sequer consegue restabelecer o serviço para a população. E quem vai arcar com os prejuízos da população?

A lentidão da Enel para normalização do serviço está ligada à redução do quadro de trabalhadores da empresa. Como parte da política de redução de custos, desde 2019, a empresa diminuiu em 36% o quadro de funcionários.

Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mostram que, em 2019, a Enel SP possuía um funcionário para atender 307 clientes em média. Atualmente, a média é de 511 consumidores para cada funcionário.

O caso da Enel prova que a tentativa em curso de privatizar a Sabesp é um erro. Deixar setores essenciais como energia, água e transporte público, entre outros, nas mãos da iniciativa privada é um descalabro e mostra que o governo de São Paulo está do lado dos empresários e não da população.

Milton Cavalo
Presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos - Sindnapi


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